Recenseadores reclamam de falta de informações sobre pagamento
Para os responsáveis pelo Censo, os funcionários são atraídos pelas estimativas de remuneração e ficam decepcionados quando encontram casas vazias ou domicílios com poucos moradores - o que reduz o valor pago. Cada funcionário fica responsável por um setor com cerca de 300 domicílios. Quanto maior o número de habitantes nessa área, maior é a remuneração.
Recenseadores afirmam que esperavam pagamentos de R$ 800 e R$ 1 600 por setor, mas recebem remunerações inferiores ou só descobrem o valor quando o depósito é feito. Eles dizem ainda que há atrasos no depósito dos salários.
Jaqueline do Nascimento terminou a coleta de dados em um setor no Rio há uma semana, mas ainda não foi remunerada e ainda não sabe quanto vai receber. "Não me passaram nenhuma informação sobre o cálculo dos valores. Para mim, vai ser uma surpresa quando o dinheiro for depositado", diz.
O IBGE explica que 50% da remuneração é feita 48 horas depois que os supervisores de cada área fazem uma revisão dos dados, com o objetivo de corrigir erros. O restante do pagamento - com o desconto dos encargos trabalhistas - é realizado em até 15 dias, após nova verificação.
OUTRO LADO - A base de cálculo que privilegia os setores com maior número de habitantes por domicílio, no entanto, rendeu bons frutos a alguns pesquisadores. Hedes Eugênio de Oliveira completou um setor com 450 residências e 1.200 moradores há 10 dias e já recebeu metade do pagamento. De acordo com suas contas, a remuneração total deve chegar a R$ 1.700.
Ciente das fórmulas usadas para o cálculo da remuneração, o professor de Geografia criou uma planilha para acompanhar o valor a que teria direito ao fim de cada etapa de trabalho. "Já comecei a fazer a coleta de dados em mais um setor e sei que posso ganhar até R$ 2.000, dependendo do número de pessoas que vivem nas casas e apartamentos daquela área", afirma. (AE)
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